Viva, viva. Como estão?
Ao que tudo indica, o nome da newsletter de hoje é precedida de um número consideravelmente marcante. Há quem diga que a simbologia que lhe está associado representa realização, um sinal de que estamos a ir na direção certa (menos quando esse número existe num bolo em forma de velas, I guess?); outros dizem ser sinónimo de novos começos. Não sei bem, mas o meu objetivo não passa tanto por me prender ao que lhe está associado como em questionar os motivos para ainda aqui estar.
Nunca acreditei ser capaz de me disciplinar a escrever com tanta regularidade, nestes moldes. A sério, eu tenho muitas falhas. Uma delas é saber que grande parte das coisas que começo terminam antes do tempo, seja pelo ritmo de uma vida que me ultrapassa, ou pela incapacidade que tenho para ser regrada com a minha própria arte, dar-lhe uma estrutura por onde se possa ir metamorfoseando, adquirindo novas texturas, diferentes ângulos.
Por outro lado, o facto de achar que a minha escrita é arte também está aberto a discussão; no fundo, esta maneira tímida e irritante, atrevo-me a dizer displicente, em não aceitar que possa ter algum talento e sensibilidade para a escrita ao ponto de a elevar a um patamar artístico faz com que viva sobressaltada pela dúvida.
Ainda assim, aqui estou, a enviar-vos a centésima newsletter. Escrever sempre foi imperativo na minha vida, mas partilhá-lo não. Será que é dessa matéria que é feito o artista? Infelizmente, vivemos tempos onde a discrição e o silêncio para lá da obra não são propriamente vantajosas à carreira do aspirante.
Ser artista nos dias de hoje, e, de forma mais concreta, ao que o ofício da escrita diz respeito, implica muito mais que criar uma obra; pelo contrário, ser artista implica ser-se a obra: é ser produtivo, criar dando primazia à forma, é falar muito, reclamar a existência para si, partilhar citações ou textos soltos num feed para que, com alguma sorte, seja partilhado o suficiente para se infiltrar nas stories diárias de seguidores; aliás, é aconselhável que o artista tome conta da sua comunidade, partilhe mais da sua vida, o dia-a-dia, seja ativo e alcance um número de seguidores cada vez maior. Só assim o artista será obra suficiente para validar a sua arte.
E onde fica o mistério? Aquela dose de desconhecido que nos faz pensar primeiro na obra e só depois na pessoa por detrás da obra? As coisas parecem estar do avesso, primeiro elevamos a nossa pessoa a um patamar de “personalidade online” e só depois criamos algo. A ideia de estatuo sobrepõe-se à ideia da criação, mas porquê?
É comum ouvirmos dizer que “as coisas só são reais quando existem na internet”. Bem, o mesmo se aplica à arte. A menos que tenham nascido num contexto favorável, quer do ponto de vista financeiro, social, ou cultural, a alternativa, para os artistas, há-de muitas vezes passar pelo que acabei de descrever anteriormente. E se pensarmos apenas em Portugal e na valorização que se dá à produção artística, então suspeito mesmo que só alguém que tenha o estatuto e a performance do seu lado conseguirá ver a sua arte validada, reconhecida. Suspeito não, sei disso.
Não o digo com a inveja que já tive, até porque recentemente percebi que, apesar de ela continuar a existir, não deve ter o poder de me toldar a visão e de fazer acreditar que os que têm essa sorte são menos talentosos. Porque isso não é necessariamente verdade. Há, como em todos os casos, situações claras de nepotismo, ou situações em que a imagem se sobrepõe à arte, mas calculo que isto não existe apenas no mundo da produção artística.
Diz-se que a história do nepotismo remonta à época medieval, onde o termo surgiu para descrever as regalias a que tinham direito os sobrinhos (do latim nepos) dos papas. Sendo Portugal uma ervilha, é muito fácil olharmos para essas situações, criticar e desdenhar, mas também deveria ser fácil compreender que os círculos onde nascemos são aqueles que definem os nossos contextos, as nossas relações e educações.
Do ponto de vista social é normal. Se o meu pai fosse um artista e a minha mãe uma professora, a minha realidade seria diferente. Se o meu pai fosse um médico e a minha mãe psicóloga, também. Se o meu pai fosse um “faz-tudo” e a minha mãe doméstica, seria eu. As coisas podem não ser assim tão lineares, como é evidente, mas estão muitas vezes interligadas.
De acordo com vários sociólogos, o nepotismo é um dos exemplos de reprodução social, definido como a prática de todos aqueles que detêm poder ou privilégio influenciarem ou favorecerem amigos, família, ou conhecidos, especialmente na esfera pública e/ou de trabalho. Inspirado pelo trabalho de Karl Marx, no que toca à importância do capital na sociedade, Pierre Bourdieu, sociólogo francês e reconhecido como um dos grandes do século XX, acabou por investigar o papel desse capital num contexto de manutenção da reprodução social.
Quais são afinal os parâmetros que permitem que esta reprodução se mantenha? Na sua ótica, Bourdieu olhava para o capital enquanto sinónimo de poder, ou “armas” que podiam ser herdadas, adquiridas por alguém. Esse capital podia então ser económico, social e cultural.
Por regra, estes parâmetros vivem de forma dependente, isto é, se eu tiver capital económico é maior a probabilidade de atingir um capital social e cultural; se eu tiver capital cultural isso poderá, por si só, ser reflexo de um capital económico e social já existente. Todas as formas de capital estão relacionadas e tem a capacidade de se aumentar umas às outras.
Se eu tiver nascido numa família com capital económico a probabilidade de poder fazer mais coisas, ter mais experiências, viajar e ter acesso a arte e educação é maior. Esse estatuto poderá mais facilmente aumentar o meu capital social, o que leva por consequência à elevação de outros parâmetros que podem estar subdesenvolvidos. Na grande maioria das vezes o capital económico, social e cultural dos nossos pais é semelhante ao nosso e a reprodução social é um fenómeno que ocorre em qualquer tipo de contexto, quer pertençamos a classes altas, médias, ou baixas.
Percebermos como é que as pessoas existem, fazem coisas que nós não conseguimos, ou têm acesso a coisas que gostaríamos faz-me olhar para tudo com menos irritação, até porque a globalização e o surgimento de um habitat digital veio criar novas oportunidades para que as classes menos privilegiadas se possam expressar, ainda que quem detenha capital esteja sempre com um, ou dois passos de vantagem, até nestes meios.
Por exemplo, influenciadores, humoristas, músicos, atores. Caso tenham capital social, cultural, ou financeiro estarão muito mais aptos a elevar o seu estatuto enquanto indivíduos. Porquê? Porque de certa forma terão sempre muito mais capacidade para sustentar essa vida, de ter contactos em todo o lado, em ter mais oportunidades. Tudo isso leva a uma inevitável visibilidade, ao aumento dos restantes capitais. E o facto de assumirem que têm esse privilégio também não os torna mais corretos, isso para mim não interessa muito, por muito que online as pessoas se esforcem por colocar a questão do “nepotism baby” numa escala entre o bom e o mau, o merecedor e o que não tem talento. Nada é assim tão linear, mas vale a pena conhecer como é que as coisas funcionam, como é que as pessoas aparecem. Normalmente não surgem do nada, e, por muito que achemos que sim, basta uma pequena pesquisa (eu sou perita nestas investigações!!), para descobrirmos a resposta.
Se eu fosse uma pessoa com o sonho de ser artista e tivesse capital financeiro, é claro que tiraria partido desse contexto. Portanto, sim, eu entendo o nepotismo, mas isso não significa que seja justo, ou que devia ser assim. Em boa verdade, o meu ressentimento não dura muito, até porque tenho pouco tempo para sofrer com estas questões, mas vale a pena, pelo menos, refletir sobre as relações de poder que vão passando de geração em geração, como herança. O estatuto social é, sem dúvida, um legado, é também ele uma moeda de troca essencial, não só no tempo dos papas medievais, como dos “papás” contemporâneos.
Há momentos em que podia ser tudo mais fácil, penso eu, há momentos em que a inveja me pode até tirar a vontade de fazer coisas, mas nada como aceitar a realidade das coisas, escrever sobre isso e seguir em frente. Não é?
Falando em seguir em frente, pois é, 100ª newsletter! Têm sido uns bons anos. Aprendi a expressar melhor os meus sentimentos, a assumir mais erros, a limar tantos outros e arrumar ideias na cabeça. É realmente emocionante perceber que consegui chegar a um número como este, sendo eu uma pessoa sem capital, que vive em sobressalto com a dúvida e longe de achar que sou artista. Mas hey, continuamos!
Ontem comecei a ler o Blue Nights da Joan Didion.
Vou em cinquenta páginas e a melancolia é visível. Escrito em 2011, o seu penúltimo livro revela memórias de uma vida preenchida, não só pela alegria e conquista, pela necessidade da escrita e da arte, como também ao amor pela família que já não está, ao seu marido John que morreu de ataque cardíaco, à mesa, em dezembro de 2003 e à sua filha Quintana, que morreu em agosto de 2005.
É um livro pesado, mas discreto, quase como se segredasse aos ouvidos do leitor algumas memórias que lhe foram dando pistas e ajudando a compreender melhor a personalidade de duas pessoas que já não estavam presentes. No mesmo sentido, é um livro hiper-lúcido, onde Didion se vira cada vez “mais e mais para a doença, para o fim das promessas, para o definhar dos dias, para a inevitabilidade do desvanecimento, para a morte da claridade", o que leva a uma atmosfera densa e crua, amargurada e irónica.
Houve, no entanto, uma passagem que me fez voltar a pensar em algo sobre o qual me confrontei este Natal. E não, não foi o achar que estou cada vez mais perto da morte, apesar de isso também ser verdade, mas a forma exagerada, ou fora de proporção com que reajo a uma situação específica.
Estar em casa é estar num sítio seguro, mas estar em casa também é voltar a um conjunto de regras e emoções que me fazem recordar uma pessoa diferente da que sou hoje. Junto da família sempre fui muito crítica e opinativa, sempre me senti no lugar de defender a minha posição e de condenar injustiças, graças a ter crescido numa casa que nunca reprimiu essa natureza, mas assim que saí de Seia, aos 17 anos, para ir para a faculdade, esses traços foram mudando.
Ao mesmo tempo, a distância de casa, desse espaço seguro fez com que a sobrevivência emocional me levasse a criar as minhas próprias verdades, a solidificar pilares à força, para que me pudesse proteger, a criar novas capas que me dessem o dom da camuflagem, essencial quando estamos num sítio novo, com pessoas que não sabem quem somos e de onde viemos.
Esses anos de crescimento foram sempre sendo feitos via tentativa-erro. Houve muitas coisas nas quais falhei, erros de principiante, conquistas que me mostravam que o caminho a seguir era um e não outro, enfim, o decurso normal e nebuloso pelo qual, acredito, todos passamos. Tê-lo feito nos meus termos, muitos deles descobertos à medida em que me transformava, fez com que me tornasse instintivamente defensiva e protetora desse espaço. Crescer tornou-se uma conquista, ter criado estruturas emocionais que me permitiram lidar com um sem fim de situações, mais ou menos complicadas, foi perceber que a minha coragem mora algures entre a ingenuidade e o compromisso, a sensatez e o mistério.
É algo que estimo muitíssimo e se alguma vez me perguntarem quais foram as maiores conquistas da minha vida, este tipo de momentos são aqueles nos quais pensaria de imediato.
Quando regressei a casa, voltei a confrontar-me com esse instinto, com uma postura que me leva a situações menos boas e que até hoje não consigo controlar, especialmente quando estou num espaço que tenho em grande conta, como o estar em família. É que, vejam bem, eu até me considero uma pessoa paciente, interessada em ouvir os outros, em conversar e encontrar pontes de contacto entre as minhas e as experiências do outro, mas ter uma discussão com o meu pai é decididamente uma situação delicada.
O meu pai, tal como eu, tem a sua verdade. O meu pai, tal como eu, vê o mundo de uma forma muito específica e, sendo ele meu pai, digamos que parece ter uma certa vantagem na hierarquia genealógica, no que diz respeito ao espaço de diálogo aberto em que partilhamos as nossas opiniões.
Ainda que com amigos e restante família seja quase sempre capaz de dialogar de forma saudável, partilhar as minhas ideias e chegar a uma conclusão, com o meu pai é como se, em certos momentos, se criasse um abismo insondável que nos separa; mas não é um abismo emocional, muito menos intelectual (para a idade que tem e a vida que viveu é, a meu ver, um génio), é um abismo do acontecimento precipitador, aquele que nos faz assumir uma atitude defensiva porque nenhum dos dois quer ceder, porque nenhum dos dois acha que deve ceder.
Isto não acontece sempre, mas quando acontece a nossa relação fica silenciosa, em lume-brando, desequilibrada, como se demorássemos a regressar ao momento de apaziguamento e calma em que estávamos minutos antes. Porque é que exageramos nas nossas reações? Porque é que o nosso temperamento, nestas situações em concreto, é tão frágil?
Tudo se resume à evolução e à necessidade de proteção. No reino animal, um bom exemplo de exagerar é a agressão territorial. Muitos animais são mortos pela sua própria espécie, simplesmente porque entram em território alheio. Podem não roubar comida ou ameaçar as crias, mas são imediatamente aniquilados. Os animais reagem com rapidez a fim de manter o seu espaço seguro. Tecnicamente poderiam esperar por sinais de perigo, ameaça, mas e se o intruso se antecipasse? Provavelmente os animais que matam o intruso têm mais chances de sobreviver.
Eu e o meu pai somos muito próximos e não somos de forma alguma intrusos na vida um do outro, mas é curioso ver que, no que toca ao diálogo e à partilha de ideias contrárias, parecemos ser terrivelmente desadequados e peritos em azedar a conversa de cada vez que pressentimos um certo perigo; a minha teoria é que, na verdade, o nosso medo está na iminência de um ataque ao que fomos construindo, às nossas verdades, e, por isso mesmo, à nossa própria identidade, à pele que habitamos e ao corpo que usamos para nos movermos pelo mundo.
Em Blue Nights, Didion fala sobre uma “aparente desadequação do acontecimento precipitador” quando confrontada com momentos de alerta, perigo. Neste caso ela fala sobre mudanças, sobre a alteração da carta de condução da Califórnia para a de Nova Iorque dizendo:
”Ponho “aparente desadequação do acontecimento precipitador” em aspas porque a expressão não é minha. Karl Menninger usou-a em Man Against Himself para descrever a tendência para reagir exageradamente ao que podem parecer circunstâncias vulgares, até previsíveis: propensão, diz-nos o doutor Menninger, habitual entre os suicidas. Menciona uma jovem mulher que se torna deprimida e se mata depois de cortar o cabelo. Refere o homem que se mata porque foi aconselhado a deixar de jogar golfe, a criança que comete suicídio porque o seu canário morreu, a mulher que se mata depois de perder dois comboios.
(…)
Nestas instâncias, diz-nos o doutor Menninger, o «cabelo, o golfe e o canário tinham um valor exagerado, de modo que quando foram perdidos ou havia sequer a ameaça de que poderiam sê-lo, a repercussão de laços emocionais cortados foi fatal.»
Mas por que reagimos de forma extravagantemente exagerada sobre a sobrestimação e avaliação incorreta? Será que eu posso interpretar uma discussão com o meu pai como uma experiência que pode implicar essa perda de “laços emocionais”? A resposta é não, mas o instinto é normalmente mais rápido que a razão.
Com ele e com muito poucas pessoas, é como se me sentisse mais alerta, como se o trabalho para lhe mostrar a minha verdade, o meu lado, fosse muito maior e nunca chegasse realmente ao fim da conversa com a sensação de que chegámos a um ponto harmonioso, de aceitação do que o outro diz, mesmo podendo não concordar. Somos ambos muito defensivos. Nos momentos em que começo a sentir o desinteresse, ou a aparente desvalorização daquilo que eu acho ser a minha verdade, fico ainda pior, afinal o meu ego está ferido, vou até onde for preciso para esfregar o que quero dizer na cara do outro, o que resulta em, vocês sabem… caos, sensação de impotência e ridículo, como se tivesse desperdiçado tempo, como se mais valesse não ter dito nada. E isso está tão errado!
O propósito de um diálogo há-de ser sempre chegar a um ponto final.
Ainda bem que falo, ainda bem que o meu pai fala, ainda bem que penso nisto, com sorte na próxima conversa lembro-me do número 100 e destas palavras. O contrário de não falar, suponho, talvez fosse pior. Por muito que não nos entendamos em certos momentos, como vos descrevi, continuamos a ter-nos em grande estima, a admirar-nos e a apoiar-nos, dentro de cada uma das nossas limitações. Que me lembre sempre da importância da aparente desadequação do momento precipitador para deixar o ego de parte e relativizar momentos como este. É um trabalho em progresso.
O que também está em progresso é a avaliação da sintomatologia que procede momentos de pequenas sestas. Eu explico. Ontem adormeci por breves instantes, virada para o sol que incidia sobre a janela e aquecia a sala. Até aqui, podem pensar, tudo bem. Pois, enganam-se, não há sensação pior do que aquela que tenho quando, por infelicidade, decido entregar-me ao sono durante o dia. Para começar fico com muito mau-humor, depois pareço acordar enjoada, com tonturas, como se a minha cabeça fosse um balão cheio de ar e com uma sensação de peso e vazio no estômago. H-O-R-R-Í-V-E-L.
Eu sempre tive isto, mas começo a pensar no meu futuro e vejo-me a querer fazer sestas, a deitar-me no sofá a um domingo e adormecer às 15h00 e acordar às 17h00. Para isso ser possível tenho de perceber como resolver este assunto que parece ser crónico! E qual é o melhor sítio para pesquisarmos sintomas até concluirmos o diagnóstico? Claro, a internet!
Inércia do sono é a resposta consensual de uma pesquisa feita em 20 minutos. Por muito que o diagnóstico possa estar enviesado aquilo que posso experienciar pode estar relacionado com a interrupção do sono, ou de certas fases-chave do ciclo de sono. É que eu nem chego aos 30min, que dizem ser a power nap, basta-me adormecer 10min para ficar irremediavelmente cansada e indisposta até ao final do dia.
Se sofrerem do mesmo, digam. Se não sofrerem, olhem, boas sestas, já que eu não as posso ter.
Ok, é tudo por hoje.
Tenham uma boa semana!
Os cogumelos estão na moda. Coisas em cerâmica estão na moda. Eu adoro cogumelos. Estes suportes para velas da Teresa Gourin são lindos. Logicamente gostaria de os ter, mas à falta de carteira, fica a inspiração! Estreava-os logo num jantar. Também encontrei este banco de milho e estas mesas do Gaetano Pesce. Quero tudo, vá.
Vi The Last of Us e a série parece estar muito boa. Eu sei muita coisa do jogo, mas o facto de terem adaptado a história ao formato televisivo faz com que haja uma intersecção curiosa entre os diferentes meios. É uma forma de dar novas ideias ao jogo e de criar um novo rumo através dos vários episódios no qual se desenrolará a trama. A primeira cena, que não existe no jogo, mas que de forma inteligente fala para o púbico que não jogou, mas também aos fãs é deliciosa. Estou curiosa! PS. digam-me que se lembram do filme A Múmia e do irmão da Rachel Weisz. É ele, o John Hannah!
Este tweet.
E o artista ao qual associo mais este tipo de trabalho.
Ainda estou a pensar na entrevista do Anderson Cooper ao Rick Rubin e do livro que acabou de lançar, The Creative Act.
Isto. A criatividade está mesmo em todo o lado.
Há pouco tempo cruzei-me com mais uma nota de uma professora de faculdade, de quem muito gostava, publicada no Facebook. São sempre curiosas e o facto de serem pequeninas reflexões de bolso fazem com que muitas vezes me inspirem a pensar noutro temas semelhantes. Aqui a citação: ”Vivemos num tempo super povoado de vozes: liga-se o rádio ou a TV ou visita-se as redes sociais e ouvimos pessoas a falar. Falar sobre as suas vidas, de um modo geral, sem graça, sobre factos que viveram que não interessam nem ao menino Jesus. Fala-se muito. Dizer tudo é sobrevalorizado. Vivemos uma espécie de bigbrotherização do mundo. Cada dia valorizo mais a capacidade de calar. É uma falácia afirmar que o direito à voz é um processo amplamente democrático. O que seria democrático era formar melhor as pessoas para que a sua fala fosse ouvida porque tinham, de facto, alguma coisa a dizer.”
Outra página que gostei, randomly.
Terminei The Bear e o meu veredicto até agora é um 7. Achei o último episódio muito bom no início e no fim, mas um tanto ou quanto aborrecido pelo meio, o que, por sinal, é o certo reflexo do que acho que se vai passando ao longo de toda a temporada. Tens os seus momentos, com atores muito bons e bem vestidos, como já falei aqui na newsletter da semana passada.
Noma, Rated the World's Best Restaurant, Is Closing Its Doors. Depois de ter começado a ver a série cruzei-me com esta notícia sobre o restaurante Noma, mencionado como um dos melhores restaurantes do mundo. Parece um espaço envolto em excentricidade e mistério.
Agora sim, terminámos!
Vemo-nos daqui a uns dias.
M.