Ando há séculos para escrever. E escrevo, dentro da minha cabeça. Já passei por vários temas, já fiz reflexões e concluí os meus pensamentos, já neguei o que afirmei e proclamei o que nunca pensei compreender, mas por alguma razão não fui capaz de o traduzir em palavras. A minha ausência é prova disso mesmo.
Há qualquer coisa de irremediável na sensação de incapacidade seguida de redenção. Em aceitar o espectro cinzento que se abateu sobre mim nos últimos meses e reconhecer que nem sempre a energia é catalisadora, que nem sempre o corpo tem a força necessária para processar e ultrapassar o que se passa à sua volta. Este desgaste é natural, não mais do que um dos requisitos para viver.
Então, por que haveria eu de o recusar?
Na semana passada comecei a escrever sobre ser neurótica. Algumas dessas neuroses são novas, como uma daquelas coisas que surge sem darmos conta, mas que se revela nos momentos mais inusitados. A flutuação destas neuroses depende normalmente da forma que assumem, umas vezes inesperadas, outras aguardadas. Por breves instantes estas palavras surgem, como num jogo de poder, prontas para me seduzir enquanto me convidam para jantar.
Sou frágil, insegura e desinteressante; implicativa, mimada, desconfiada, calculista, egoísta e mentirosa; arrogante, acomodada, invejosa, desleixada, cínica, obcecada e ciumenta.
Nem sempre fui assim, mas ao mesmo tempo já fui pior. É importante registar o momento adversativo, é essencial manter-me por perto do ponto equilibrado que regista a escala da inconstância, afinal é a maneira mais sensata de compreender a flutuação destas mordidas auto-infligidas. Tenho vindo a aperceber-me que durante grande parte da minha vida mascarei dúvidas e inquietações como estas, na tentativa de não as ver tão expostas e, claro, na esperança de que os outros não as vissem também.
Suponho que ser uma pessoa leve, otimista, confiante, despreocupada, eloquente e segura de si seja sempre mais fácil. E por muito que me reveja numa existência assente em adjetivos positivos e carismáticos, parece-me impossível ignorar as questões que volta e meia ecoam na minha mente. Julgo, no entanto, que esta consciência excessiva se torna perigosa e aborrecida. Limita-me. Se por um lado é bom, recomendável até, arranjar formas criativas de dialogar com a minha mente, de a inspecionar como se de um tesouro escondido se tratasse, por outro é saudável estabelecer limites para aquilo que posso retirar dessa indagação, mais importante, para aquilo que posso perder pelo caminho.
A verdade é esta: nunca vamos saber tudo sobre nós. Vamos ter sempre falhas nas escrituras que redigimos sobre o que somos, por muito que nos tentemos convencer do contrário. O querer revirar o passado, na esperança de o resolver é uma ideia, digamos, impraticável, além de disparatada. Esta vontade de querer corrigir e melhorar o que nos fez chegar até aqui não se pode materializar. E toda a gente sabe que quando queremos mudar o passado acabamos por desvirtuar o presente. Ainda assim, podemos sempre contemplar o que foi de forma a imaginar o que será. Historiadores da própria vida, que tal?
Nesta missão, acredito, não estamos sozinhos e se olharmos para o mundo real como recreio para o nosso crescimento, talvez sejamos capazes de interpretar as questões que habitam dentro de cada um de nós de forma mais verdadeira, melhor ainda, de as relativizar, preterindo-as às experiências da vida vivida.
De vez em quando é bom sermos forçados a olhar para o que não conhecemos e para o que não gostamos, para aquilo que não queremos para nós. Se nunca chegarmos a esse momento, vamos estar sempre no precipício dos desejos, sem nunca mergulhar na profundidade dos momentos com verdadeiro potencial para nos mudar. Ao evitarmos a experiência do inesperado, alheia à nossa vontade e muitas vezes contra o que desejamos, estamos de igual modo a renegar a essência daquilo que nos torna humanos.
Hoje em dia parece-me cada vez mais fácil escapar a estes pontos de tensão e o estar cronicamente online, não só os marginaliza, como os torna noutra coisa que não são. Tal como a vida, no seu aspeto mais fantasioso e romântico, é renderizada, também os momentos de maior confronto e desilusão são hoje em dia retratados online, representando assim mais uma ideia do que é real.
Ao mesmo tempo, é curioso pensar num passado não assim tão distante onde a internet existia enquanto espaço, um lugar para onde nos dirigíamos e do qual poderíamos sair. Hoje essa ideia não existe. Como disse @maaltoks, “a internet deixou de ser um lugar e passou a estar integrada em cada um de nós.” Como é que lidamos com o facto de as redes sociais se terem tornado forças às quais não conseguimos escapar, mesmo quando na maior parte das vezes são apontadas como única forma para a fama e sucesso?
Numa sociedade cada vez menos justa e mais desigual, a atracção que as gerações atuais demonstram pelo fantástico e pela possibilidade da exposição e da viralidade explica a subscrição e o consentimento a tais termos e condições. Entre a roleta russa da vida real e o bilhete dourado da vida renderizada, ganha o que tiver maior margem para a estetização e a comodificação. O que se perde neste processo, julgo eu, é a sensibilidade necessária para nos movermos no mundo como criaturas tridimensionais.
A linearidade proclamada via digital é furtiva, pragmática e calculista. Convence-nos de que é possível reforçar a nossa identidade através de um “Eu” otimizado, da documentação sistemática da nossa vida e da produção de conteúdo, isto é, da reprodução de informação que pode eventualmente atribuir-nos o condão da visibilidade, e, por isso mesmo, da atenção e da monetização.
De um dia para o outro passamos a ser o que o algoritmo dita. Bem, se assim fosse talvez fosse mais produtiva com esta newsletter, seria uma stanley cup girl, uma tomato girl summer, uma strawberry ou vanilla girl, uma it girl, comeria um girl dinner, faria girl math e daria hot girl walks. Eu não quero isto. É possível fugir do sufixo e bastar existir para ser. Até porque não há nada mais ingénuo do que cair na comodificação de identidade através destas armadilhas estéticas. Todas estas tendências querem, mais do que nos levar a replicá-las, lucrar com a nossa urgência e necessidade em pertencer.
No meio de tudo isto, e, apesar de se defender muitas vezes que é cada vez mais fácil sermos o que quisermos, parece-me que às tantas preterimos o próprio desejo e essência (quem sabe, ainda por descobrir) em prol de uma validação de existência renderizada e definida por categorias que nos atribuam um certo tipo de personalidade de acordo com o que é tendência, como acima mencionado.
A minha pergunta é, onde ficamos nós afinal? O Instagram há-de ter um carrossel bem curado numa tipografia à anos 60 para me dar a resposta. Se estiver de luto, coleciono reels de pessoas supostamente entendidas a falar sobre isso, ou faço um check diário em contas com citações da Joan Didion, ou da Silvia Plath. Se estiver em ruptura com algum amigo, ou namorado, o TikTok vai dizer-me para não tentar sequer fazer por entender a situação: se não estou bem, o problema nunca poderá estar na minha agência, ou falta dela, mas no mundo e nas pessoas que são tóxicas.
Será esta a maneira mais humana de lidar com a realidade, ou será apenas um mecanismo ilusório que não me deixa passar pelos momentos que me hão-de fazer crescer?
Não é a primeira vez que falo deste autor aqui, mas recupero-o para efeitos de contextualização. Em 2012, Nathan Jurgenson escreveu um artigo para o The Atlantic chamado The Facebook Eye, um título bem distópico para uma reflexão que ainda hoje é relevante. Nele, Jurgenson alertava para o perigo de estarmos, enquanto sociedade, a desenvolver um olho facebookiano, em que os nossos cérebros passavam a rastrear os momentos da nossa vida que melhor se pudessem traduzir numa publicação de Facebook, isto é, nas publicações que pudessem gerar maior alcance.
Em 2024 tornou-se claro que não só subscrevemos ao postulado como evoluímos para lá desse olhar. Do Instagram ao Twitter, passando pelo TikTok, Be Real ou Letterboxd, é quase instantânea a forma como o nosso cérebro age como aparelho digital, articulando tweets, memes e vídeos antes mesmo da experiência de vida que estamos a viver, no momento, ter terminado: estou a ler um livro e a pensar que uma das páginas já lidas dá uma excelente publicação para o feed; acabo de sair do cinema e começo a escrever uma pequena crítica na minha cabeça enquanto seleciono os frames que podem fazer de bom complemento estético e ilustrativo do que quero dizer. A internet e as redes sociais tornaram-se elementos tão ubíquos no nosso dia-a-dia que deixámos de questionar o quão perversos são estes pensamentos intrusivos e compulsões de registo de vida.
O que digo não traz nada de novo, até porque este comportamento é-nos a todos um pouco familiar, mas chegámos a um ponto na história da Humanidade em que não conseguimos passar 24h sem registar o que fizemos, seja isso a coisa mais mundana e ordinária possível, como algo extremamente íntimo e pessoal. Estima-se que a cada dia mais de 66,000 fotografias sejam partilhadas, por minuto, no Instagram. O exemplo mais óbvio deste comportamento está nos influenciadores, dotados de um olho clínico para a comodificação da sua própria vida. Mas se os influenciadores são o caso mais exagerado, o que dizer de nós? Estes impulsos e pensamentos intrusivos parecem estar a impregnar-se em cada uma das nossas maravilhosas cabecinhas - a pressão para registar e publicar, enquanto prova de vida.
Como é que isto, por si só, não é visto como uma das maiores causas de ansiedade nas gerações atuais? Esta ideia de que as coisas não aconteceram a menos que sejam publicadas está enraizada na nossa cultura. E estamos tão habituados a este comportamento que acabamos por desculpar o hábito em fotografar e filmar tudo na nossa vida. Não, não temos o hábito de o fazer e publicar online apenas pelas boas memórias; fazê-mo-lo, acima de tudo, por atenção.
E é por isso que discordo da assunção muitas vezes feita sobre as pessoas que não partilham a sua vida nas redes sociais, como se fossem mais inseguras e menos felizes. Frequentemente, o que se verifica é o oposto. O maior amor é aquele que é silencioso. A maior confiança é aquela que não grita. A maior beleza é aquela que não se força. E assim são também os momentos com maior significado.
Se há coisa que eu sei é que se estivermos a experienciar um momento genuinamente bonito, a última coisa que vamos querer é pegar no telemóvel; assim que o fazemos esse momento passa a ser definido pelo gesto que o antecede. Perde espontaneidade e o seu valor é reduzido pela intromissão de uma terceira entidade.
Quase 70% dos Zoomers assume que as redes sociais os fazem sentir ansiosos e deprimidos; quase metade deseja ser influenciador. Mas como? O que é que se está a passar? Esquecemo-nos tão facilmente do prejuízo emocional que vem com a partilha constante da nossa vida? Esquecemo-nos tão facilmente que aqueles que o fazem muitas vezes são aqueles que menos confiança e mais ansiedade têm?
Na era do Instagram, tudo é imortalizado: a internet serve de repositório da vida humana, continuando a crescer de forma exponencial. A omnipresença das imagens, aliada à proliferação tecnológica levou a uma revolução estética de dimensões nunca antes imaginadas. Mesmo assim, antes da invenção do smartphone, pessoas como Susan Sontag conseguiram prever a sua implicação no futuro de forma particularmente visionária.
Em 1973, Sontag publica o ensaio On Photography, no qual associa o exercício de fotografar a uma forma de colecionar o mundo, representando o desejo constante em possuí-lo. A maior consequência da fotografia, diz-nos, é a ilusão de conseguirmos capturar o mundo inteiro nas nossas mentes. A ideia de poder é explícita. Na sua visão, a imagem fotográfica é um mecanismo de controlo que exercemos sobre o mundo - sobre a nossa experiência do mundo e sobre a percepção dos outros da nossa experiência do mesmo.
Photographs really are experience captured, and the camera is the ideal arm of consciousness in its acquisitive mood. To photograph is to appropriate the thing photographed. It means putting oneself into a certain relation to the world that feels like knowledge—and, therefore, like power.
O que torna estas ideias particularmente prescientes é que Sontag as desenvolveu muito tempo antes da era das redes sociais, o expoente máximo da nossa necessidade em controlar e empacotar a nossa vida, idealizando-a para efeitos de contemplação e conversão em valor numa economia de voyeurismo e atenção.
A fotografia e o ato de fotografar surgem aqui como exercício de poder, com a capacidade para corromper o real. Podemos argumentar que as coisas nunca são assim tão complexas e distópicas, que estamos apenas a divertir-nos e a “criar memórias”, que vivemos como pessoas normais. Não deixa de ser uma visão iluminada, esta de questionar a normalidade e refletir sobre os comportamentos que reproduzimos sem pensar.
No final do dia, e, por muito que o nosso instinto seja pegar no telemóvel quando algo de interessante acontece, como forma de o capturar, o momento real nunca pode ser recriado.
No seu ensaio de 1936, The Work of Art in the Age of Mechanical Reproduction, o filósofo e crítico cultural alemão Walter Benjamin argumentava que uma obra de arte perde a sua ‘aura’ sempre que é reproduzida mecanicamente. Segundo Benjamin, as obras de arte divorciadas da sua presença no tempo e no espaço, isto é, num local específico onde foram originalmente consumidas pelo seu espectador, não podem ser substituídas se essa mesma obra for reproduzida. O mesmo argumento pode ser aplicado a todos os momentos que registamos, na esperança de os conservar.
O valor e a aura do que é captado é esvaziado assim que a câmara o regista. Pode parecer uma forma sui generis de olhar para as coisas, mas pergunto-me se não será relevante para uma reflexão aprofundada sobre o que fazemos, dia após dia, sem pensar nas implicações que esse mesmo comportamento tem na reprodução de um vício que não acrescenta assim tanto à nossa vida e que adensa a dependência de uma narrativa que criamos online e que não se traduz, na grande maioria das vezes, para o mundo real.
Essa transacção é uma das coisas sobre as quais devemos estar atentos. Quando o valor que criamos online não se traduz para uma recompensa no offline, valerá mesmo a pena continuar a documentar e a partilhar toda a nossa vida? Não vos sei dizer, mas estou inclinada a dizer que não, especialmente quando as condições em que vivemos são tão precárias.
Isto é o que quero dizer. Há momentos em que o melhor que podemos fazer é deixar a vida acontecer, sem nos prendermos à procura de uma resposta certa para as nossas dores. Ou desejar documentá-la para a tornar mais verdadeira. Há momentos em que o mais sensato é mesmo fazer as pazes com a ideia que projectámos durante anos e que pode nem se revelar verdadeira. Deixar o telemóvel no bolso e enfrentar o dia com as consequências naturais de se estar no mundo real sem recurso a atalhos digitais.
Mas o que sei eu? A minha investigação não deu em nada de palpável, e, como podem ver, a minha ausência foi prolongada. Em todo o caso tive de a permitir. Desaparecer, esquivar-me deste espaço e dedicar-me a banhos exploratórios de sentimentos e emoções. E de muito tempo sem fazer absolutamente nada. Sinto-me regenerada, portanto deve ter sido uma boa estratégia.
Toda a nossa vida é um processo e pelo meio vamos, eu espero, crescendo. Cresci! Passei muito tempo sem registar praticamente nada, sem escrever ou tirar fotografias, ao ponto de me questionar se não estaria a perder alguma coisa ao não o fazer. A sério, dei por mim a equacionar a possibilidade de poder não estar a viver tão bem a minha vida simplesmente porque não tinha “as provas” do meu lado. Este tempo serviu para me mostrar que talvez esta seja a forma certa de passar pelo mundo.
A verdade é que me sinto mais atenta e sensível, ainda mais protetora da minha vida, como se de um pequeno diamante se tratasse. E trata! Todas as nossas vidas encerram em si mesmas essa singularidade, temos de fazer os possíveis para as proteger e entregá-las de bandeja às grandes corporações e redes sociais não me parece que ajude esta nobre causa. É um truque cruel da vida moderna, convencerem-nos que todas as pessoas querem saber o que estamos a fazer; que há um profundo interesse na forma como vivemos, como pensamos, com aquilo que nos identificamos e como nos sentimos.
Bem, ninguém quer saber, acreditem. Somos levados a acreditar que sim, mas no dia em que essa mentira cair, se acontecer, talvez compreendamos que afinal é um grande alívio poder existir sem sufixo, é uma benção poder viver sem termos de o provar ad nauseum. Lembrem-se: as pessoas que se interessam e preocupam são normalmente as mesmas que dispensam grandes detalhes sobre a nossa vida, apenas porque a partilham connosco.
Em retrospectiva, nada como uns bons meses por documentar e espaço para sentir tudo ao mesmo tempo para valorizar o que de mais sagrado tenho no mundo, à minha volta e no meu coração.
Fiquem bem e vemo-nos… na próxima semana?
Um beijinho, com amor.
M.
What a no-phone fashion show means in the social media era. No seguimento da conversa sobre a ubiquidade da tecnologia na nossa vida e da proibição do uso de smartphones num desfile de moda, neste caso da marca The Row. Uma discussão que gerou alguma polémica, mas que levantou questões bastante pertinentes.
The Money Is In All The Wrong Places. Um artigo que fala da entrevista da Sydney Sweeney ao Hollywood Reporter, onde se aponta o dedo à economia capitalista, onde a promessa da meritocracia se revela mentira. Vale a pena ler. “You can always tell who in Hollywood has family money by their Instagrams. People like Dakota Johnson, who have a Hollywood lineage deeper than the Mariana Trench, post only rarely. They post about social justice causes they care about, or personal announcements. Even someone like actress and musician Maya Hawke mostly posts previews of upcoming projects, or selfies on Jimmy Fallon—self-promotion, with some personalized aspects. An actress like Sydney Sweeney, who grew up in Spokane, Wa. and lived in a motel with her whole family while trying to make an acting career work, has a very different-looking feed.”
Everyone’s a sellout now. Outro artigo que li durante a semana, sobre um assunto no qual penso frequentemente.
I Can’t Be The Only One Exhausted By Aesthetic Culture. Um artigo que destaca os vários aspectos negativos de vivermos numa época onde o conceito de estética invadiu a nossa linguagem visual. Essa omnipresença, segundo consta, leva não só à fadiga mental e à falta de individualidade como a um potencial burnout devido à pressão desenfreada para nos enquadrarmos em categorias estritamente definidas. No artigo é também abordada a dicotomia entre o apelo de se ter uma estética online, que proporciona um sentimento de pertença e o lado consumista que acompanha muitas destas estéticas.
Coisas que guardo por serem bonitas.
Comecei a ver The Curse e estou a adorar.
Viciada na banda sonora.
Apanhada no cinema pelo paparazzi. Fomos ver Poor Things, finalmente. A par com Past Lives, foram estes os meus dois filmes favoritos do ano. De longe aqueles que mais me surpreenderam, pelas premissas, pelas interpretações, pela delicadeza nos detalhes e pela riqueza do argumento.
Peito Grande, Ancas Largas. Estou a ler este livro, que me foi emprestado há anos. Finalmente a colocar em dia e a gostar muito. Publicado em 1995, na China, foi alvo de grande controvérsia, obrigando o autor Mo Yan a escrever uma autocrítica ao seu próprio livro, e, mais tarde, a retirá-lo de circulação a mando do Partido Comunista Chinês. Um romance épico e bem humorado sobre o papel das mulheres, que surgem nesta história como heroínas, criaturas fortes e corajosas.
Uma última recomendação para começarmos a semana em bom!